"Laertar-se é verbo. Ao mesmo tempo que impele ao movimento, como um imperativo de vida, se volta para si, numa interrogação persistente. Mas aquela que retorna não é o mesmo que foi. E isso a cada volta. Ao acompanhar Laerte Coutinho em seu percurso de investigações sobre o que é ser uma mulher, este documentário também se faz ponto de interrogação. Ou apenas espaço de possíveis. Neste filme, Laerte conjuga um corpo no feminino, esquadrinha conceitos e preconceitos. Não busca identidade. O que conjura são desidentidades. Laerte é filho e filha, é vó e vô. É também pai, de três filhos, órfão de um. É ainda quem leva a filha ao altar como pai e como mulher. E quem, mesmo sem útero, gesta. Envia suas criaturas para confrontar a realidade na ficção dos quadrinhos como uma vanguarda de si. E, nas ruas, ficciona-se como personagem real. Laerte, pessoa de todos os corpos e de nenhum, embaralha qualquer binarismo. Ao indagar sobre Laerte, este documentário escolhe vestir a nudez, aquela que vai além da pele que se habita." (Sinopse do documentário "Laerte-se", feita por uma de suas diretoras: Eliane Brum).
O filme estará em exibição na tela grande em Sâo Paulo no dia 29 de abril, sábado, às 18h00, no Centro Cultural São Paulo, na programação do Festival "É tudo verdade", mas no dia 19 de maio ele será disponibilizado também pelo Netflix.
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